quarta-feira, 9 de maio de 2012

O poder do amor fraterno

Todos nós descendemos de um único e mesmo Espírito. O Espírito Santo de Deus, portanto, todos temos a capacidade de nos transformarmos e sermos a cada dia seres humanos melhores. O ser humano deve ser coerente ao falar e agir, e se não for, afinal enquanto seres humanos somos todos falíveis nas oportunidades em que tivermos para fazer um exame de consciência, devemos buscar principalmente retomar o caminho da coerência e do amor fraterno. Se errou, assuma e se desculpe. Não importa se será ou não perdoado, o importante é reconhecer as faltas e buscar a própria transformação. Em momentos de cólera o melhor a fazer é silenciar, afinal embora não concorde plenamente com o que irei trasncrever, como diria Charles Chaplin, "cuidado com as palavras pronunciadas em discussões e brigas que revelem sentimentos que na verdade você não tem e não pensa, pois minutos depois, quando a raiva passar você delas não se lembrará mais, porém aquele a quem as palavras foram dirigidas, delas não se esquecerá". É prudente portanto, que guardemos silêncio, e se o sofrimento for tamanho que não consiga suportar não expressar o que sente, procure um profissional que poderá ouví-lo e que tenha o dever ético de manter entre quatro paredes o que foi dito, além, é claro de poder ajudar a reorganizar os pensamentos, os sentimentos e se preciso for, te ajudar a se reconstruir... ou a se perdoar... ou a perdoar o próximo. Um psicólogo, um psiquiatra, um filósofo clínico como doutrina Lou Marinoff... Muitas vezes através do silêncio o próprio tempo se encarrega de retomar o equilíbrio, a paz e o amor antes cultivado por todos. Muitas vezes, dominados pela ira, não se consegue organizar o pensamento e o coração a tempo de proferir palavras que poderão ferir, ou mesmo que nos firam. O reconhecimento e o pedido de desculpas não apagam uma agressão mas são atos de amor e de esforço de mudança, assim pergunto: como julgar mal? Uma vez reconhecido o erro demonstram persistência em buscar o amor. Em buscar a luz. Em irradiar amor. Em irradiar luz. E quem perdoa deve perdoar de coração para que a crença na bondade do ser humano prevaleça, portanto, não creio que o ensinamento de Charles Chaplin seja de todo adequado considerando que não promove o amor fraterno, ao contrário, justifica uma possível ausência de perdão. E é justamente aí que discordo do autor... Prefiro ficar com os ensinamentos de William Shakespeare em seu Manual de Sobrevivência, que ensina "aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai ferí-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso." Quando perdoamos de coração, somos acolhedores e receptivos ao outro, afinal, só o amor é capaz de realizar o impossível. Quantas vezes erramos? Quantas vezes magoamos ou ferimos alguém? E também precisamos um momento ou outro do perdão... Somos falíveis. Somos todos falíveis. Somos todos diferentes, estamos inseridos em diferentes meios, temos educação familiar diferente, educação religiosa diferente, educação educação escolar diferente, convívio social diferente, valores diferentes, e essa pretensão de que o justo é o que entendo por justo é algo equivocado, afinal, o que é justo para mim pode não ser para o outro pela experiência de vida que possuo... Como diria o Frei Ignácio Larrañaga, Jesus antes de justo é misericordioso, o que implica dizer que um coração desprovido de pretensões traz em si a certeza de que ninguém é melhor do que ninguém nesse mundo, e que todos somos passíveis de erro porque somos humanos, é melhor que sejamos humanos e reconheçamos nossa falibilidade, e num ato de amor e de luz por mais que algo tenha sido feito num momento de ira, mágoa, rancor, ao fazer um exame de consciência, seja capaz de transformar o próprio coração e se superar a cada dia.