sábado, 14 de julho de 2012

FAMILIAS E LIMITES

Os pais  vêm encontrando dificuldades para educar  suas crianças e alguns acabam responsabilizando  o mundo pelas crises que enfrentam ao empreender esta tarefa. Educar não é fácil, pois tira o conforto do momento, embora estabeleça um conforto mais amplo quando esta criança se depara com o mundo exterior, onde terá que solucionar suas próprias necessidades, o que leva a crer  que educar é um ato de sustentabilidade.

De quem se aprende? Aprende-se de sua mãe, (Maturana). Aprende-se em casa, com os responsáveis diretos pelo seu desenvolvimento.

O que se vivencia na infância como pratica educativa, leva-se para a vida, até que novas circunstâncias atuem para que se  resignifiquem os comportamentos aprendidos, porém continua valendo a máxima, é  de pequenino que se torce o pepino.

As praticas educativas exercidas pelos pais, podem ser consideradas atos de afeto, e não de injustiça como pensam alguns filhos enquanto se acham submetidos a responsabilidade paterna. Da mesma maneira que  quanto mais o filho alternar contestações ou criticas com atos de afeto dirigidos aos seus pais, mais sadio se apresenta na relação pai/filho, pois está construindo sua individualidade através da libertação da dependência, ao contrário de crianças que vivem para agradar seus pais.

Em diversas famílias encontramos pais que não conseguem proclamar claramente aos filhos, regras e limites. Uma pessoa relatou-me que havia feito uma compra em uma feira e com sua sacola se dirigia ao carro para guarda-la quando cruzou com um casal acompanhado de uma criança de aproximadamente 5 anos, que correu em sua direção, deu um chute na sacola, e os adultos se perderam em gargalhadas. O que aprendeu essa criança, nesse ato?

Educar filhos é uma tarefa delicada, paciente que exige sabedoria, conhecimento, fortaleza, compaixão e muito amor. Os pais necessitam estar conectados às necessidades e pedidos de suas crianças e dotados de animo compassivo para que nessa tarefa não se perca o sentido da própria vida, não olhando para o mundo, como o causador desta ou daquela situação, mas como estamos atuando para que isso aconteça, pois, filhos nos pedem limites, e também nos impõe limites e, não é tudo que quero que posso, e nem tudo que posso eu devo.



Maria Aparecida Wahl de Araujo

Psicóloga - CRP 06/69907 e Acupunturista