terça-feira, 20 de setembro de 2011

SER CONSERVADOR...

Há alguns dias fui questionada por pessoas que comigo convivem e acompanham o trabalho que realizo neste blog sobre a publicação ou até mesmo simples divulgação de artigos relacionados a uniões estáveis paralelas e uniões homoafetivas, considerando que entendem ser eu, pessoa conservadora no que se relaciona especialmente ao tema família e que sequer deveria noticiar tais assuntos neste diário (que acabou por se tornar "semanário"... rsrs... é a correria e muito trabalho... com as Graças de Deus!).

Enfim... Tenho de fato entendimentos por alguns adjetivados de conservadores a respeito de determinados assuntos relacionados ao tema família, porém escolhi por profissão aquela que tem por bandeira a defesa intransigente da garantia de efetividade da dignidade humana, e não apenas porque consagrada no inciso III do artigo 1º da CRFB/88, até mesmo porque a advocacia é deveras mais antiga que referida norma constitucional.

Não basta inscrever em nossa Lei Maior enquanto fundamento da República Federativa do Brasil a dignidade da pessoa humana enquanto no convívio social são rechaçados, são mutilados, são tolhidos os direitos daqueles que nos são diferentes em razão da cor, raça, opção sexual, etc...

Toda forma de preconceito e discriminação é odiosa e antes de norma jurídica, é ensinamento cristão o respeito não somente aos seres humanos como a todo e qualquer ser vivo.

 O fato de não concordar com determinados assuntos e opções não farão de mim um carrasco daqueles que me são diferentes, ao contrário, a beleza do convívio social está no aprendizado diário e constante, no embate de ideias de modo a formar outras mais que tenham por objetivo efetivar a dignidade.

Não é discurso de alguém que domina ou é senhora das palavras como ouvi em certa ocasião, sequer tenho essa pretensão, é esclarecimento público àqueles que me questionaram ou até mesmo julgaram pelos artigos aqui postados, e a esses eu registro a célebre frase do filósofo Pico della Mirándola em sua obra O que confere dignidade ao homem?... e então responde: Para sermos dignos precisamos ser livres!

Portanto não há que se falar em conservadorismo de minha parte, mas sim, de pessoa como qualquer outra que possui suas próprias ideias, ideias fundamentadas pois não me baseeio em "achismos", e o fato de tê-las não me permite desrespeitar ou tratar indignamente aqueles que não me são iguais, ao contrário, apenas contribuem para que eu aprenda cada dia mais e respeite cada vez mais a cada pessoa que passa por minha vida, pois digo e repito, antes de regra jurídica para imposição de limites à convivência social, é esse um ensinamento cristão.

Não sou conservadora, tenho posições firmes sobre o modo como vejo o mundo, e o vejo necessitando de mais tolerância, mais caridade, mais afeto, mais respeito, enfim... mais AMOR.

E VIVA AS DIFERENÇAS!


5 comentários:

  1. Parece-me que se colocar como uma pessoa conservadora se tornou careta, podendo até ser passível de preconceito.
    Diante da colocação da palavra conservador, me aguçou a curiosidade sobre sua definição, que segue abaixo:
    adj. e s.m. Que ou o que conserva.
    Que ou quem é partidário da manutenção da ordem social e política estabelecida...
    Acredito que não se trata de conservadorismo, trata-se de viver de acordo com os ensinamentos deixados por Jesus nos seus 10 mandamentos, que são normas para conduta humana pregadas e ensinadas em todo canto do planeta e por todas as religiões.

    Aline Soares Ferreira

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  2. Sempre é bom provocarmos bons debates.

    As pessoas precisam adquirir o hábito de se posicionarem.

    Parabéns pelo blog!

    Daniel Lopes

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  3. “Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo”
    (Jo 10, 18a)

    Nós precisamos ser livres como Jesus, ter a coluna vertebral firme, para vivermos a nossa liberdade com responsabilidade e discernimento, comprometidos com o nosso caminho de conversão, com as pessoas com as quais convivemos e com todas as pessoas que Deus puser na nossa vida.

    Como pessoas livres precisamos ter as rédeas da nossa vida nas mãos, de forma a não ficarmos de um lado para o outro sem saber para onde ir, ao sabor da onda, simplesmente conduzidos por tudo o que nos falam.(Canção Nova ;D Luzia Santiago –Formação)

    Parabéns pelo blog Daniele!

    Nivaldo Sewaybricker

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  4. Parabéns pelo blog,
    Gostaria de saber como fica o "direito" dos casais que querem uma "união livre" sem interferencia do estado?
    Viver um amor sem contratos amar para estar junto.Atualmente há uma pressão principalmente das instituições financeiras para que as uniões estaveis sejam declaradas sem anuencia do "casal", alegando uma segurança nas relações "comerciais", "teoria da aparencia" ex:
    A gerente do banco vai na casa da Maria em um condominio de luxo, concede R$ 30.000,00 de credito pois viu na garagem carros, a csa é muito grande e ricamente decorada, esta maria não quita a fatura do cartão, então o banco quer ter o direito de cobrar da pessoa que mora com ela( companheiro , companheira).Como ficam nossos direitos individuais??

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  5. Bom questionamento. Em verdade a própria Constituição Federal Brasileira veda a interferência do Estado e das instituições privadas nas relações familiares, portanto, sem que os envolvidos em relacionamento amoroso declarem a convivência para fins de constituição de família, não há que se falar em convivência em união estável vez que é ausente um de seus requisitos, quiçá o principal, e assim, inexistente a união estável, inexistente a comunicação de bens, afinal, salvo disposição expressa em contrato escrito sobre o regime de bens, aplicar-se-á a união estável o regime de comunhão parcial. Prezado leitor, caso haja interesse em contratação de parecer escrito por esta profissional, fique à vontade para contatar-me através do endereço eletrônico: daniele@joeldearaujoadvogados.com.br.

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